quarta-feira, 18 de junho de 2008

Desculpas...



Pessoas, estou aqui para pedir-lhes desculpas pelo meu sumiço do blog.

Para quem não sabe, estou fazendo a cobertura da Eurocopa para o Diário LANCE!. Em razão disso, eu tenho viajado por várias cidades da Suíça e da Áustria, países-sede do torneio.

A final da Eurocopa está marcada para o dia 29 de junho. Eu gostaria de escrever sobre o torneio aqui, mas fugiria do propósito deste blog.

Quando eu retornar à Inglaterra, voltarei a "postar" com freqüência. Podem me cobrar depois!


Beijos do amigo
ALEXANDRE COUTINHO

Foto: Eu, na sala de imprensa do Estádio St. Jakob-Park, em Basiléia, na Suíça.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Blog sobre a Euro-2008

Caros amigos e jornalistas,

Desculpem pela ausência aqui no blog, as coisas estão muitos corridas por aqui e estou um pouco sem tempo para postar. Porém, em breve volto com várias atualizações, já que histórias para contar é o que não falta.
No momento estou na Suíça, acompanhando a Eurocopa-2008. Com isso, criei um outro blog onde vou postar notícias sobre esse campeonato. O endereço é www.tiagolemenaeuro.blogspot.com . Entrem lá que durante este mês de junho estou me dedicando um pouco ao jornalismo, mas também devo escrever por aqui de vez em quando.
Abraço.

TIAGO LEME

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Precisa falar inglês?



Definitivamente, aprender inglês em Londres não é uma coisa tão óbvia quanto parece, apesar de estar morando na capital da Inglaterra. Nesses três meses que estou aqui, já conheci vários brasileiros que vivem na cidade há mais de um ou dois anos e falam tanto inglês quanto eu falo norueguês.


E o motivo principal para isso é que aqui moram milhares de brasileiros, como já dissemos em posts anteriores. Ou seja, você acaba morando com brasileiros, trabalhando com brasileiros, saindo com brasileiros e, conseqüentemente, falando bastante em português. A solução para isso talvez seja fugir dos brasileiros, mas as coisas não são tão simples como parecem. Afinal, o contato com nossos compatriotas é mais do que natural, e até necessário para ajudar na adaptação a um novo país.


Apesar disso, é possível e, na minha opinião, praticamente obrigatório aprender a língua inglesa morando aqui. Mas para isso é preciso fazer um esforço. Acho que o principal deles é aproveitar o curso, independentemente de a escola ser boa ou não (ainda vou escrever mais sobre o curso). Com certeza, é na aula onde mais tenho praticado o inglês, sempre conversando com os gringos e fazendo perguntas ao professor. Além disso, no dia a dia, nas ruas, lojas, lanchonetes e no trabalho procuro conversar o máximo possível com os estrangeiros. Mas é preciso se esforçar mesmo, senão acaba voltando para o Brasil sem ter aprendido quase nada.


Aí sempre alguém te pergunta: "como está o seu inglês?". A reposta invariavelmente é: "Eu sei me virar, não passo fome." Pô, qualquer zé mané não passa fome nem no Uzbequistão sem falar uma palavra em uzbequistanês. É só chegar no McDonald's e pedir "number one, please", que você sabe que vai comer um big mac, com batata frita e coca-cola.


Independentemente do nível de inglês de cada um, é preciso aproveitar a oportunidade de ter contato com pessoas de outros países e falar inglês, mesmo que muitas vezes você fale coisas erradas. Nesse tempo que estou aqui, sinto que já evoluí bastante, mas não tenho dúvidas que poderia ter melhorado mais rapidamente se eu tivesse menos contato com brasileiros.


Pra finalizar, mesmo quem tem um nível de inglês avançado costuma penar no começo aqui na Inglaterra, já que no Brasil geralmente aprendemos o inglês dos Estados Unidos. E a diferença de pronúncia não é pequena. Entre outras coisas, a letra A aqui tem som quase que de "a" mesmo, e não de "e" como nos EUA. Palavras e frases simples como "water", "bank", "I can't", por exemplo, soam totalmente diferentes quando faladas por um inglês e por um norte-americano.
Cheers!!!

TIAGO LEME

Foto: Brasileiros saindo à noite e falando em português, em Piccadilly Circus

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Jornalismo

Antes de contar mais detalhes sobre o trabalho de "pião", vou falar um pouco sobre meu trabalho "de verdade". Um dos motivos pelo qual escolhi Londres, aos invés de ir morar nos Estados Unidos por exemplo, foi a possibilidade de continuar atuando na minha real profissão de jornalista. Afinal, existem vários jogadores brasileiros atuando no futebol europeu e outros diversos eventos esportivos acontecendo por aqui. Com isso, eu e o Lelê já planejávamos fazer uns frilas por aqui. E, graças a Deus, estamos conseguindo fazer alguma coisa nesse sentido.
No meu caso, eu tenho feito umas matérias para a revista e para o site da "Placar". Antes disso, também escrevi para o "Agora São Paulo", o jornal que eu trabalhei antes de vir para cá.
Aliás, essa é uma das poucas maneiras de assistir a um jogão aqui sem desembolsar uma grana alta, já que os ingressos são vendidos apenas para sócios dos clubes na maioria das partidas. Estou unindo o útil ao agradável. Mas, mesmo sendo jornalista, não é tão simples conseguir um lugar no estádio. O credenciamento para a Eurocopa, que será disputada na Áustria e na Suíça em junho, terminou em janeiro, por exemplo. Daqui a um mês, estarei lá trabalhando. Para ir aos jogos da Champions League, o pedido precisa ser feito separadamente para cada duelo junto à assessoria de imprensa do clube, que pede um fax e várias informações antes de aceitar. Já fui em alguns jogos aqui nesse esquema (Tottenham 0 x 1 PSV, Brasil 1 x 0 Suécia, Arsenal 1 x 1 Liverpool, Chelsea 2 x 0 Fenerbahçe e Liverpool 1 x 1 Chelsea), mas também já fiquei na vontade em outro. Minha credencial para a partida de volta entre Manchester United e Barcelona foi negada porque houve muitos pedidos, e o clube deu preferência para os jornalistas locais.
Agora, é impressionante a diferença de organização entre os jogos no Brasil e na Inglaterra. Entre outras coisas, uma das que me chamou a atenção é o "programa" de cada jogo. Um livrinho, que é vendido para os torcedores (os jornalistas ganham), que contém diversas matérias, entrevistas, números, etc. Uma coisa simples, bem feita, que faz o clube arrecadar dinheiro e que os torcedores guardam como uma lembrança.
O contato dos jogadores com a imprensa também é diferente. Antes da partida, sempre há uma entrevista coletiva oficial. Depois do apito final, os jogadores falam em uma zona mista na saída do estádio. Claro que com os brasileiros o contato é sempre bem mais tranqüilo.
O ambiente nos estádios ingleses também é sensacional. A torcida do Liverpool é empolgante, acho que só vi coisa parecida com o Boca Juniors no La Bombonera. Os caras cantam durante os 90 minutos e têm a música "You will never walk alone" como um hino. É difícil de explicar.
Apesar de estar sendo uma ótima experiência internacional no jornalismo, o trabalho não é fixo e o pagamento é feito em real. Com isso, fica impossível pagar todas as despesas aqui trabalhando apenas na minha área. Por isso, o trampo como cleaner é necessário para poder lucrar alguns pounds.

PS: Foi mal pela demora desse novo post, eu estava viajando e sem acesso à internet nos últimos dias. Mais para a frente vou escrever sobre Oslo (Noruega) e Copenhagen (Dinamarca), onde estive no último final de semana. Ganhar grana pra viagens como essa é minha motivação quando estou com a vassoura na mão trabalhando como cleaner...rs

TIAGO LEME

Vídeo: Sensacional torcida do Liverpool cantando "I will never walk alone", durante jogo contra o Chelsea, pela Champions League, no estádio Anfield Road.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Loco por ti, América


Os estadunidenses têm mania de achar que América é o nome do país deles. Where are you from? “I’m from America!”, dizem eles. Bah! Mas eu sou brasileiro e também posso me considerar da América, não? Que eu saiba, este é o nome do nosso continente. E, que eu saiba, o nome do país de vocês é United States “of America”, ou seja, Estados Unidos “da América”.

Pois, bem. Aqui em Londres, fiquei sabendo que os ingleses também aprendem errado nas escolas. Quando se referem à Terra do Tio Sam, eles apenas dizem “America”. “This is America”, diz o professor apontando em um mapa para o país do hambúrguer.

No curso que estou fazendo aqui em Londres, eu e uma colombiana discutimos com nossa professora (inglesa) por causa disso.

Tudo começou quando a “teacher” Tania me perguntou se eu já havia visitado a “America”. Eu percebi que ela estava se referindo aos EUA, mas dei um “migué” e respondi cinicamente: “É claro que sim. Eu morava na América. O Brasil pertence à América”. E ela: “Não. Mas estou falando do país América”, insistiu. A colombiana, então, também entrou na discussão: “Mas América é o nome do nosso continente”.

Simpática, a professora procurou consertar: “Bom, me desculpem, não estou aqui para ensinar geografia para vocês, mas é que aqui na Inglaterra nós aprendemos assim... (Ela pegou um mapa-múndi e apontou para os EUA) Aqui é a América”. E, depois, continuou, desta vez falando o correto: “Esta região é a América do Norte, esta é a América Central e esta outra aqui é a América do Sul, onde ficam os países de vocês”. Mas, logo após, ela voltou a insistir no erro: “A América é aqui”, disse, novamente apontando para os EUA.

Para não entrar em uma discussão sem fim, eu falei que “acho errado, mas tudo bem” e encerrei o assunto. Nada satisfeito, porém.

Eu sei que eles usam a palavra “America” para abreviar o nome oficial “United States of America”. Mas é uma abreviação um tanto quanto equivocada, concordam? E eu, sinceramente, não me sinto nada confortável com isso.

Gilberto Gil, por exemplo, não escreveu "Soy loco por ti, América" em homenagem aos EUA. Assim como o Ministro, eu sou louco pelo meu continente e não pelo país de George W. Bush.

Beijos do amigo

ALEXANDRE COUTINHO

Foto: Aí está o mapa da AMÉRICA. Aprenda, "teacher" Tania!

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Homenagem do blog


Olá, pessoas. Apresento-lhes a nova integrante do blog: Emma, a nossa bela apresentadora. Sim, é essa aí que vocês vêem logo acima, dando-lhes as boas-vindas. Basta passar o cursor sobre a boca dela para ouvi-la. O nome é em homenagem à famosa e antiga locutora dos metrôs de Londres, demitida em novembro do ano passado.

Depois de oito anos emprestando sua bela voz ao sistema de som dos metrôs londrinos, Emma Clarke teve os seus serviços dispensados por fazer "fanfarronices" em seu site pessoal (http://www.emmaclarke.com/).

Ela gravou anúncios com o mesmo tom suave com que falava nos metrôs ("This is Finsbury Park. Please MIND THE GAP between the train and the platform"), satirizando pessoas que costumam freqüentar os "tubes" londrinos.

Emma divulgou diversos áudios em seu site e o negócio se espalhou muito rápido. Eis algumas das mensagens:

- "Gostaríamos de lembrar os nossos amigos turistas norte-americanos que vocês, com certeza, falam alto demais".

- "Aqui estamos novamente, apertados dentro de um vagão suado do 'Tube'. Se você for mulher, sorria para o homem perto de você para ele ganhar o dia. Ele provavelmente não faz sexo há meses".

- "Senhores passageiros, a mochila daquele homem de barba contém apenas os seguintes itens: alguns sanduíches, um cartão de biblioteca e o retrato de um tio. Não há razão para vocês se preocuparem".

- "Por favor, o passageiro de blusão vermelho que está fingindo ler o jornal mas que na verdade está olhando para os seios daquela mulher, por favor pare. Não está conseguindo enganar ninguém, seu pervertido nojento".

- "Os passageiros que estão fazendo Sudoku, por favor, admitam que isso não passa de uma palavra cruzada para gente sem imaginação e que não impressiona mais só porque contém números".

- "Talvez eu não seja como vocês imaginam. Poderão ficar desapontados".

Emma Clarke se defendeu dizendo que só quis brincar, mas a "Transport for London", responsável pela administração dos metrôs londrinos, não quis saber de conversa e demitiu a pobre aprendiz de Mr. Bean.

Coitada! Fica, então, nossa homenagem a ela.

Beijos do amigo

ALEXANDRE COUTINHO

Foto: Esta é a fanfarrona Emma Clarke, fã número 1 de "A Praça é Nossa".

Do luxo ao lixo


Na quarta-feira, dia 2 de abril, eu e Lelê chegamos aos Emirates Stadium por volta das 18h para assistir ao jogo entre Arsenal x Liverpool, que começaria às 19h45. Nós e apenas mais cerca de 60 mil privilegidos tivemos o prazer de estar no estádio para acompanhar essa importante partida pelas quartas-de-final da Liga dos Campeões da Uefa. Estávamos credenciados como jornalistas e iríamos assistir a um jogão sem pagar nada. Aqui na Inglaterra, em jogos importantes os ingressos são vendidos apenas para os sócios do clube, e por um preço bem salgado.

Quando entramos no estádio nossos nomes já estavam na lista de imprensa do Arsenal, recebemos o ingresso com um lugar marcado onde iríamos ficar, ganhamos uma revista com o programa oficial da partida. E não pára por aí. Na espaçosa sala de imprensa tinha comida à vontade: arroz, salmão, chili com carne, batata, vários tipos de frutas, frios, sorvete, refrigerante, suco, cerveja, ...(foi disparado a minha melhor refeição desde que cheguei em Londres). Assistimos ao empate por 1 a 1 entre Arsenal e Liverpool em um dos melhores lugares do estádio e, após a partida, fomos para a zona mista onde participamos das entrevistas com jogadores dos dois times. Tudo do bom e do melhor. Estávamos realmente em uma situação privilegiada.

Porém, depois de tudo isso o relógio já marcava 23h. E isso siginifica o que? Horário de começar o night shift da Cleanevent. Ou seja, em questão de poucos segundos e alguns passos, saímos da sala de imprensa para a "aconchegante" sala dos cleaners. Literalmente, do luxo ao lixo.

Pouco depois das 23h, estávamos nós dois de volta para as arquibancadas do Emirates Stadium. Agora, vestindo um uniforme azul, usando luvas nas mãos e segurando um saco de lixo para catar a sujeira. Ficamos até as 8h da manhã trabalhando para deixar o estádio limpinho para o próximo jogo.

Situação engraçada essa, mas que faz parte da nossa vida aqui em Londres. Como eu já escrevi anteriormente, experiências que vou levar comigo pro resto da vista. No próximo post vou falar mais sobre meu trabalho de verdade, como jornalista.

Antes de terminar, não posso de deixar de agradecer a todos pelas visitas aqui no blog. Valeu mesmo, continuem deixando comentários aqui.

TIAGO LEME

Foto: Jogo Arsenal 1 x 1 Liverpool, no Emirates Stadium, pela Liga dos Campeões da Uefa. Na hora dessa foto, eu ainda estava no momento de luxo.